domingo, 5 de maio de 2013

Tecnologia pode reduzir desmatamento na Amazônia Legal


Embrapa propõe uma alternativa que equilibra a necessidade de o país explorar as terras da Amazônia com a sobrevivência da floresta


Atualmente o Brasil está diante de um grande desafio: como conciliar  a expansão agropecuária com a preservação da Amazônia Legal? Segundo informações oficiais, cerca de 65 milhões de hectares de florestas já foram desmatados e, se continuar como nos últimos cinco anos, a área destruída da região pode passar dos quase 13% em 2003, para aproximadamente 22% em 2020.
Desta forma a Embrapa busca recuperar e reincorporar áreas degradadas ao sistema produtivo afim de conciliar o desenvolvimento com a conservação dos recursos naturais. Em conjunto com tecnologias já disponíveis poderá ser possível evitar o desmatamento de cerca de 75 milhões de hectares de vegetação nativa nos próximos 15 anos."O Brasil tem um eficiente sistema de monitoramento dos desmatamentos e queimadas na Amazônia Legal, mas falta criar um sistema de monitoramento do uso das áreas desmatadas", alerta o engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa Acre, Judson Valentim.
O primeiro passo seria ampliar o conhecimento cientifico sobre o potencial e as restrições dos recursos naturais da Amazônia, disponibilizando tecnologias já existentes aos milhares de produtores da região. Buscando novas estratégias para disponibilizar informações necessárias para que os produtores passem gradualmente dos sistemas de pecuária extensivas tradicionais para sistemas mais intensivos e sustentáveis, segundo o pesquisador.
O técnico acredita que com aplicação de alternativas tecnológicas, como o plantio direto, por exemplo, seria possível aumentar a produtividade em áreas já desflorestadas. Ele explica que com 20% da área desmatada da Amazônia é possível produzir 50 milhões de toneladas de grãos, 60% podem abrigar 100 milhões de cabeças de gado e os 20% restantes dariam para assentar cerca de 900 mil pequenos agricultores em lotes de 20 mil hectares para cultivos perenes. Isso tudo sem desmatar sequer um hectare de terra. "É possível fortalecer a agropecuária na Amazônia aproveitando melhor as áreas desmatadas e sem a necessidade de avançar de forma tão acelerada nas florestas", garante o pesquisador.

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